13.6.07

No cerne do cio do silêncio
solto, só
no seco do vinho
e na secura da boca
da noite sem charme
penso em ti, menina (--), entre outros tantos absurdos
e na fagulha em flor inconvenientemente linda e morena
que fizeste abrir
em meu desespero já tão ausente de explosões...

(tão cinza e tranqüilo era meu desespero
nem lembrava mais de incêndios cheios de cor)

Na calma da madrugada sem asas ou sabor
veio-me afoito teu querer
veio-me cru e urgente
todo certeza todo agora
como quem não tem escolha
ou como quem sonha-se tarde demais amanhã.

Amanheceu: acordaste, ou foi eu
que fiquei em claro?
Amanheceu: perdemos a hora:
tarde demais

"e eu dizia:
ainda é cedo, cedo, cedo, cedo..."*

*Ainda é cedo. Renato Russo

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