acordei
e ainda doíam
os ossos
não estares
era profundo assim
.
dizes
uma flecha
jamais alcançarás
alvura alguma
a letra tem cor de pomba
mas é mosca
.
roçar...
incendiar a noite
venha a palavra-vinho
deixar ranço na língua
como fruta seca
.
a noite da cidade é carne
que se consome:
combustível de automóveis lá fora
lá fora sou eu embriagado
.
a laje
onde fincastes os pés
vai caindo assim:
de má vontade
como quando a chuva é fina
na pele áspera da tarde
verdade
é palavra sem cimento
.
nem te falo mais da estrada.
mandar noticias
é não se tocar
.
boca
boca
entre: um deus
que não sabe beijar
.
encosta aqui:
bem onde me faltas
.
seio de nuvem
barba vagueia vasta
por ventre vasto vasto
vai ao sul
sem susto
língua de fogo
.
a duras penas
brancas de nuvem
o dia resvala
em estado de garça!
(o Tempo voa)
.
Um comentário:
Harley
Tua poesia é sublime. Vago dizer assim, mas os predicados e adjetivos iriam talvez desaparecer
a minha espontaneidade diante da beleza. abs
www.olhosdefolhaminha.spaces.live.com
www.olhosdefolhacintiathome.blogspot.com
Postar um comentário