29.3.07

O poema inicia:
não há palavras pra descrever este acontecimento.

O poema inicia,
passeia imundo
limpo de verbo
que lhe minta o cio do silêncio
e silencia...

mergulha em metafísica,
evita o papel,
dilui em vapor onírico,
ausenta-se de si...

O poema
não espera tinta:
dá a partida
e deixa um louco revirando
o quarto
a sala
a casa
um planeta inteiro:
essa
esfero
gráfica
perdida.

É leve o poema,
69 quilos de nostalgia.

éter
na
mente
idílico
o poema vicia

O poema inicia:
não cabe no corpo.
Vaza pelos poros.
Evapora
O poema
O poema que já nem quero
transborda em devaneio
o universo desta hora.

Mero pó-poema
calcinado,
poema sem valia.
Não se fixa nas paredes
o poema:
asfixia.

Quer o suicídio
O poema...
(Subsídio para nem chegar a ser)

Olha a janela aberta,
Toma um pouco de ar,
Fecha os olhos...

Lá se vai o poema!

4 comentários:

Anônimo disse...

Quem me dera fosse uma poetiza pra coisas tão belas quanto dizes.
Pudesse eu também te dizer.
adorei seu blog!
e como sempre axei!
seu poema é perfeito!!!
é o poema da janela de casa...gosto mais ainda!!!
mil bjim.

Benny Franklin disse...

Caro Harley - poeta de olhar universal!
Sim, sua poetica me enche de zelo e satisfaçao.
Parabens e seja benvindo.
Abçs,
do amigo Benny.

Solidão& Poesia disse...

Olá Harley...
Não poderia deixar de vir aqui.
E bem sabes, amo o que escreves e há muito te acompanho e ainda hj olhei novamente teu blog antigo, então que este seja maravilhoso, tal qual o outro,to adorando, beijos

Solidão& Poesia disse...

E perdão, tirei muitos poemas do meu blog, ficaram alguns antigos, ando imprimindo....Magaly